quinta-feira, 26 de julho de 2007

Touros e caballeros

Duas silhuetas há tempo ultrapassaram os limites das peças publicitárias que lhe deram origem. Uma é a do caballero da capa preta, da Casa Sandeman, de 1928, uma das primeiras marcas comerciais registradas. Sempre associado ao vinho do Porto e ao Jerez, o elegante caballero é personagem em Vila Nova de Gaia e outras cidades de Portugal. Um mestre de equilíbrio em outdoors. Outro recorte negro desenha um touro na paisagem das estradas da Espanha. O último censo indica que há uns 90 deles espalhados pelo país. Estão também estampados nos vinhos da casa de bebidas Osborne. Nem sempre, entretanto, o touro foi simples contorno. Criado pelo artista Manolo Pietro para anunciar o brandy Veterano, o touro de 1956 ganhou vida num painel de madeira de 4 m de altura, tinha chifres brancos e chamadas para a bebida. Nos anos 60, o touro Osborne saltou para placas de metal de 14 m. Mais tarde, foi protagonista de um caloroso debate que tomou conta da Espanha, quando nova lei passou a normatizar a propaganda nas "carreteras". Os touros foram proibidos; as placas recortadas permaneceram. Em 1994, adeus também painéis. E foi um grito só: artistas e intelectuais uniram-se em campanha por um indulto ao touro. Afinal, já não era propaganda, mas um dos ícones da Espanha. Em 1997, a Justiça deu setença a favor da silhueta do bicho, por seu valor "estético e cultural". Os touros hoje "pastam" nas estradas e nos blogs.

http://www.osborne.es/

http://www.sandeman.com/

DC 24/3/2006

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