quinta-feira, 26 de julho de 2007

Formigas argentinas

Argentinos e investidores estrangeiros trabalharam como formigas em 2005: nada menos do que mil novas companhias vinícolas foram abertas no país no ano passado. E as exportações do setor alcançaram US$ 431,9 milhões, 33,3% mais do que em 2004. Os vinhos Malbec, principalmente os da província de Mendoza, na vizinhança do gigante e gelado Aconcágua, têm funcionado como bons garotos-propaganda. A Argentina já teve 50 mil hectares de vinhedos com Malbec, depois de a cepa ser introduzida na região por um agrônomo francês, na metade do século 19. A Viña Hormigas, implantada em 216 ha de Luján de Cuyo, se abastece de preciosos 50 ha, onde estão velhas parreiras que escaparam da philloxera e não precisaram ser enxertadas. Um desses vinhos de sucesso é o Altos Las Hormigas, resultado do capricho de uma meia dúzia de sócios (um formigueiro!), arregimentados desde 1995 pelo enólogo toscano Alberto Antonini. Depois da sucessão de “boas notas” em 2005, o vinho de Antonini, safra 2004, virou o ano com um 92 (de 100) de James Molesworth, da Wine Spectator. Hormigas é homenagem inusitada ao ser mais do que resistente encontrado na região. Os rótulos desses Malbec, com suas antenadas formigas, remetem ao também argentino Julio Cortázar (1914-1984). Num dos textos de Territorios (Siglo XXI Editores, México, 1978), o escritor dos cronópios relata as peripécias de um bando de formigas que certa noite decide visitar um quadro do belga Pierre Alechinsky. Embriagadas de beleza, elas se perdem no labirinto de traços.

http://www.altoslashormigas.com/indexN_spa.htm

http://www.vinosdeargentina.com/

050426">http://www.catadores.net/apuntes/altohormigas.asp?d>050426

DC 10/2/2006

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