segunda-feira, 30 de julho de 2007

Garrafas para uma biblioteca

Lorde Charles Somerset, ao criar a Biblioteca da África do Sul, na Cidade do Cabo, em 1818, também sonhava: seria uma bênção ver a nova instituição alcançar a juventude daquele "remoto canto do globo". Governador da colônia (então inglesa), Somerset puxou a indústria do vinho local para o projeto e decretou: as taxas cobradas na selagem das garrafas comporiam um fundo para a formação da coleção. (Esses impostos duraram mais de dez anos, até que chegassem subsídios públicos.) Não é à toa, pois, que o atual acervo destaque preciosos documentos e relíquias sobre a viticultura desse pedaço da África, inclusive aqueles que retratam o peso da Escravidão no sucesso dos negócios. Há ali o primeiro relato de viagem, de 1595, quando Cornelis Houtman aportou numa baía para trocar com pastores vinho espanhol por carne. Já as primeiras mudas, Muscat d'Alexandrie e Chenin Blanc, foram plantadas em 1655 por Jan Van Riebeeck, chefe da colônia (então holandesa). Quatro anos depois, já tinham vinho das uvas locais. Seu sucessor trouxe para a região o modelo europeu de produção e arquitetura, marcante em Constantia. Em 1999, as bibliotecas de Cape Town e de Pretória (1887) foram integradas como Biblioteca Nacional da África do Sul.

http://www.nlsa.ac.za/vine/cultivating.html

http://www.nlsa.ac.za/index.html

DC

Nenhum comentário: