quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Um recorte de Ernesto Weder

“Herdei” uma centena de livros sobre vinhos da antiga biblioteca de Ernesto Weder, um caprichoso enófilo que não escondia sua predileção pelos vinhos alemães. Eles apareceram um dia na casa de meu irmão, em Santo Antônio do Pinhal, e foram “desviados” com consciência de causa para minha casa. Dentre os livros, há uma preciosa coleção de guias de viagem de cada uma das regiões vitícolas da Alemanha, editada pela Seewald Verlag, em Stuttgart, nos anos 1980. Além de mapas rodoviários, essas edições contam com bonitos desenhos de vinhedos e propriedades na pena de Willy Schmitt-Lieb. A coleção de Weder também apresenta vários compêndios, dicionários e atlas da vitivinicultura francesa, principalmente de Bordeaux e da Borgonha. E certamente guias da Hachette. Ao folhear alguns desses livros, encontrei uma série de “pedidos” à Livraria Francesa, que documenta o grande interesse de Weder pela literatura do mundo do vinho, no início dos anos 1990, quando ainda não era tão fácil encontrar as novidades editoriais internacionais nas prateleiras. Mas me detive com especial interesse num pequeno recorte de jornal, já muito amarelado, provavelmente de uma edição da Folha de S. Paulo, no qual Weder anotou de próprio punho somente a data: 29/10/75. Seria da coluna social? Yan de Almeida Prado recebeu, fora do calendário da Pensão Humaitá, para almoçar, a viúva Herculano (Dona Gabi) de Almeida Correa, o conde Bernard e a condessa Antonieta de Bonneval, Anne Thérèse e João Scantimburgo. Foram servidos um Château Guiraud 1961 (Sauternes) e um Château Gevrey Chambertin (o vinho de Napoleón) 1947 e um Clos de Vougeot 1908.