segunda-feira, 30 de julho de 2007

Baco aos pés do Vesúvio

Um afresco de Pompéia mostra o deus Baco "vestido" com um cacho de uvas, aos pés do Vesúvio – vulcão cujas lavas e pedras soterraram a cidade em 79 d.C. . As uvas da "vestimenta" ainda não foram identificadas com precisão. De Aminaea? Sabe-se que era cultivada por ali. Outra aposta: Pompeianum (a mesma Murgentina da Sicília, de onde fora importada). A Aminaea produzia vinho superadstringente "em razão dos níveis de enxofre no solo". Já com a Pompeianum elaborava-se um dos melhores vinhos da Campânia. Desde 1996, a tradicional Azienda Vitivinicola Mastroberardino integra um projeto agroarqueológico que prevê o cultivo de vinhedos perto das ruínas da Villa dei Misteri, com manejo inspirado na lida de dois mil anos. Exames de DNA em sementes "congeladas" em 79 d.C. levaram à busca das cepas mais próximas das antigas como Piedirosso e Sciascinoso . A cada escavação, novos detalhes sobre a cidade vêm à tona, dos banquetes aristocráticos ao trago nas tavernas, com vinho misturado à água do mar. Em Pompéia – a cidade viva , livro recém-lançado pela Editora Record, o historiador Ray Laurence e o dramaturgo Alex Butterworth contam que 60% das propriedades já investigadas em Pompéia estão relacionadas à produção de vinho. A grande prensa fossilizada na Villa dei Misteri é prova do vigor da atividade. Eles escrevem sobre os 25 anos que antecederam à erupção destruidora, com destaque para o terremoto de 62 d.C.. Muitas vítimas do Vesúvio desprezaram as pistas da natureza: peixes mortos por ácido sulfúrico no rio Sarno e os tristes vinhedos das encostas do Vesúvio, que definhavam por causa da inexplicável seca e dos gases que escapavam do solo.

http://www.mastroberardino.com/ita/index.asp

http://www.villadeimisteri.com/

DC 18/5/2007

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