quinta-feira, 26 de julho de 2007

Os jardins de Doña Isidora

Isidora Goyenechea foi uma mulher bonita. E valente. Com a morte precoce do marido, Luis Cousiño, filho da família então a mais rica do Chile, teve de cuidar de negócios tão diversificados como mamadeiras para seis filhos, uma mina de carvão na cidade de Lota, uma hidrelétrica e uma vinícola. A Viña Macul, no Vale do Maipo, sul do país, está até hoje sob controle dos Cousiño, que lançaram em 1992 o Finis Terrae, o primeiro grande vintage chileno. O pai de Luis, Matías Cousiño, comprara a Hacienda Macul, de mais de mil hectares, em 1856. Queria produzir bons vinhos. Em 1860, Luis visitou a França para trazer ao Chile mudas das melhores videiras. A viagem foi antes da philloxera devastar os vinhedos europeus. Com a morte de Luis, aos 38 anos, coube a Isidora levar adiante os sonhos do patriarca. Depois de construir uma das melhores bodegas subterrâneas do mundo, importou para Macul o enólogo francês Pierre Godefroy Durand, que tinha em mãos cepas originais escolhidas por Luis: Cabernet Sauvignon e Merlot de Pauillac e Margaux, Chardonnay e Pinot Noir da Borgonha. Isidora sempre dividiu os vinhos com o carvão. Contratou Thomas Edson para projetar uma hidrelétrica, criou em Lota um exuberante parque em estilo europeu (ilustração dos portões decoram os rótulos dos vinhos Macul), aclimatou salmões nas águas do rio Chivilingo e emprestou seus navios para lutarem na Guerra do Pacífico.

http://www.cousinomacul.cl/

http://www.lotasorprendente.cl/

DC 15/2/2006

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