quinta-feira, 26 de julho de 2007

Odres abatidos por Quixote

A gastronomia e os vinhos de Castilla La Mancha conquistaram seu espaço nas festas de 400 anos de Dom Quixote. A região das tórridas planuras descritas por Cervantes abriga a maior união de vinhedos do planeta. São mais de 190 mil hectares, tomados principalmente pela uva branca Airén. A variedade Cencíbel (o nome manchego para a Tempranillo) predomina para os tintos, que tanto agradavam a Sancho Pança. Obra-prima da literatura, primeira novela moderna, a história com as aventuras do fidalgo e seu fiel escudeiro foi publicada originalmente em 1605. Desde então, tem sido fonte inesgotável para escritores e artistas. Dom Quixote é também rico compêndio gastronômico, temperado com hábitos da mesa manchega: cozidos de caça (cerdo, cordeiro, coelho), farras de alho, cebolas e pimentões... Não faltam referências ao queijo de ovelha, melhor quando maduro de seis meses, bom parceiro dos vinhos encorpados. É sempre um prazer voltar às passagens 'exemplares' da novela. Aqui, o Cavaleiro da Triste Figura enfrenta um de seus monstros, numa estalagem. Sancho percebe o fragor da batalha travada pelo patrão, chega a ver a fera degolada e o rio de sangue no chão. Mas o alucinado fidalgo tinha é espetado todos os odres, aqueles recipientes de couro para a guarda da bebida. A cena foi ilustrada por Gustave Doré (1832-1883), uma das gravuras que fazem parte do imaginário universal sobre Quixote.

www.winesfromspain.com

http://www.revistaiberica.com/gastronomia/vino_de_la_mancha.htm

http://www.escuelai.com/spanish_culture/el_quijote/gastronomia.html

DC 12/12/2005

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