terça-feira, 31 de julho de 2007

Ben Schott, no gargalo

Ben Schott é um jovem escritor inglês, fotógrafo, apreciador de bons vinhos e charutos, especializado em... almanaques e miscelâneas. Suas três últimas coletâneas, traduzidas para mais de doze línguas, já venderam cerca de 2 milhões de exemplares. A Miscelânea da Boa Mesa de Schott (Intrínseca, 2006), ao lado de hilariantes inutilidades, traz dados históricos sobre alimentação e comportamento à mesa. Além de curiosidades sobre vinhos, como a nomenclatura dos espaços livres dentro de uma garrafa: a bebida pode estar no gargalo ou, mais vazia, no "início do ombro". Outra relação mostra o tamanho e os nomes dos cascos, com uma biografia dos homenageados. Baltazar, um dos três reis magos, o da mirra, nomeia a garrafa de 16 litros de Bordeaux. Uma lista trata dos tonéis de madeira, do Demi-muid de 600 litros, para o Châteauneuf-du-Pape, aos Stück, com o dobro da capacidade, onde fermentam vinhos do Reno. Na edição brasileira, para ficarmos nas listas ao gosto dos almanaques, há a carta de vinhos do último baile da Ilha Fiscal, no Rio, oferecido por D. Pedro II para 5 mil pessoas, em 9 de novembro de 1889. Registros mostram que, ao apagar das luzes da monarquia, foram consumidas 12 mil garrafas de vinho e duzentas caixas de champanhe. Schott trata de outro jantar, realizado durante o cerco de Paris, em 1870. O zoológico do Jardin des Plantes, sem condições de manter os animais, vendeu camelos, cangurus e antílopes para a festa, servidos com Mouton Rotschild 1846 e Romanée Conti 1858.

http://www.benschott.com/en/almanac.html

http://www.miscellanies.info

DC 13/7/2007

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