segunda-feira, 30 de julho de 2007

Os rótulos de Tutankhamon

Os arqueólogos já não têm dúvidas sobre a sofisticação da indústria de vinho dos faraós, desenvolvida no Egito desde as primeiras dinastias (3100 - 2700 a.C.). Desenhos nas tumbas reais mostram os cuidados com as vinhas entreliçadas, os processos de colheita, prensagem, vinificação, engarrafamento e estocagem. Acredita-se que as primeiras parreiras foram levadas da Ásia para regiões ao longo do Nilo. O grego Athenaeus (170-230 d.C.) sacramentou para a história os vinhos brancos de Plinthine, a sudoeste de Alexandria. As ânforas egípcias receberam os primeiros "rótulos" de vinho do mundo, calcados e queimados para sempre nas alongadas peças de argila. Milhares dessas ânforas foram resgatadas em Abydos e Saqqara (Memphis), de onde o delta se abre para o Mediterrâneo. Na tampa de uma delas, um hieróglifo de Den, da 1ª Dinastia. Até então o "rótulo" resumia-se à "logomarca" real. Mas a indústria se aprimorou e fez escola: das 5.000 peças sepultadas com Tutankhamon (1328 a.C.), no Vale dos Reis (Tebas), 26 eram ânforas de vinho, com inscrições precisas sobre safra, origem, algo como appellation contrôlée, viticultor e até seu enólogo. Os vinhos animariam a vida post-mortem. "Um menino de 19 anos [Tutankhamon, 18ª Dinastia] provavelmente não era o maior connaisseur de vinhos do seu tempo, mas quem o enterrou escolheu os itens mais finos que pôde achar", escreve o Leonard H. Lesko em The Origins and Ancient History of Wine (Universidade da Pennsylvania), um dos estudos mais completos sobre a vitivinicultura do Antigo Egito.

http://showcase.netins.net/web/ankh/wine.html

http://www.arabworldbooks.com/egyptomania/wine.htm

DC 26/5/2006

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