quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ninhos de Santorini

As uvas de Santorini nascem em ninhos. É que, para protegê-las do vento forte, agricultores trançam os galhos de suas parreiras rente ao chão. Esses vinhedos inusitados, em árido solo vulcânico, se espalham por algumas das vilas dessa ilha grega, a última das Cíclades em direção a Creta. A colheita é feita a partir de 15 de agosto, após a festa da Assunção da Virgem Maria. Até lá, os resistentes santorinenses tratam é de caiar suas casas, pequenos hotéis, lojas, tavernas e suas milhares de capelas. O cenário de casario branco, quase despencando dos penhascos castigados por históricas erupções, está então garantido por mais um verão. Há poucos anos, Santorini era também terra de pequenos tomates, matéria-prima de cobiçados extratos. Hoje a uva Asyrtiko toma conta de vários platôs, entre pistaches, favas e figos. Na colheita, as uvas são transportadas até as vinícolas em cestos pendurados no lombo de preguiçosas mulas (as mesmas que transportam turistas do porto à capital, Thira). O resultado são vinhos brancos secos e refrescantes. A uva Asyrtiko garante a acidez do vinho Santorini, mesmo depois de enfrentar sol abrasador. Já os doces (Vin Santo) são produzidos agregando a variedade Aedani. O branco da tradicional vinícola Boutari é indicado para acompanhar peixes. Dica do restaurante 1800, instalado na mansão de um antigo capitão de navio da vila de Oia. Outro branco estrelado é o da Santo Wines. No rótulo, aves da Idade do Bronze, iguais às do afresco de Akrotiri, sítio minóico preservado em Santorini graças às lavas do seu vulcão.

http://oinos.com/

http://boutari.com.gr/

DC 6/2/2006

Um comentário:

Carla disse...

Tive o prazer de estar em Santorini e de jantar no 1800. Tb fui a provas de vinho e apaixonei-me pelo vinho deles, especialmente o branco. Santorini é realmente uma ilha fantástica.