segunda-feira, 30 de julho de 2007

Austeros de Galeno

Os vinhos apreciados pelos romanos nos primeiros séculos da Era Cristã eram preparados nas regiões do Lazio e Catânia, numa faixa entre Roma e Sorrento, cruzando o Golfo de Nápoles e a fértil região do Vesúvio (Vinun –The History of Roman Wine, Stuart J. Fleming). Citações desses "soberbos" e "ardentes" vinhos aparecem nas Odes de Horácio e nas descrições de memoráveis banquetes feitas por Athenaeus. Na História Natural de Plínio lemos que o imperador Tibério rotulava os "saudáveis" vinhos de Surrentinum como "generosos vinagres". Outros elogios foram feitos pelo médico grego Galeno de Pérgamo (c. 131-201 d.C.). Vinho e ervas eram ingredientes indispensáveis nas suas receitas, principalmente nos antídotos de venenos. Conhecido também como médico dos gladiadores e, por isso, pai da medicina esportiva, foi um dos primeiros a estudar e tratar lesões em articulações e problemas musculares. Mais tarde, cuidou do imperador Marco Aurélio. Nos seus inúmeros tratados, que compõem uma extensa doutrina médica, fez a defesa dos efeitos benéficos do vinho à saúde. Contra infecções gastrointestinais, indicava os encorpados. Para as hemorragias, os vinhos ricos em tanino. No ranking de Galeno, os vinhos de Falernum aparecem em primeiro lugar, disputando com a bebida mais dura e mais "austera" de Surrentinum. O médico também faz elogios aos brancos romanos, fortes e levemente adstringentes, como "fluídos".

http://www.sorrentoinfo.com/itinerari/itinerari_vesuvio/wine_gastronomic.asp

http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/library/historical/artifacts/antiqua/

DC 20/10/2006

Um comentário:

Carlos Arruda disse...

naquela época, costumava-se beber vinho com água (exceto os povos "bárbaros"). É um processo que era chamado de "rebaixamento". Para "conservar" o vinho, utilizava-se ervas, gesso, troncos de madeira (exceto nos arredores de Pompéia). Referente ao processo de rebaixamento, atualmente é muito utilizado para produzir um dos tipos de vinhos sintéticos. Pelo fato da uva estar muito barata no chile e argentina, o vinho é rebaixado com água e depois são feitas as correções. Na europa e EUA, o vinho sintético é fabricado com substâncias colorantes (sem qualquer tipo de uva). Curiosidade apenas. Matéria muito interessante. Parabéns!