segunda-feira, 30 de julho de 2007

Memória de Cnossos

Vinicultores de Creta fazem vinhos tal um sherry cor de âmbar que os especialistas acreditam ser iguais àqueles produzidos na Idade Média. Garrafas que enriqueceram mercadores venezianos e saciaram nobres ingleses. Outros apostam na similaridade com os Malvasia guardados em jarras de terracota no palácio do rei Minos, em Cnossos. Uma realidade da Idade do Bronze que veio à tona graças às escavações do polêmico arqueólogo britânico Arthur Evans. Trata-se de um revival, para usar a expressão do jornalista americano Gerald Asher, que num tour pela ilha provou um fortificado (quase um "confit de uvas") de Sitia, uma área demarcada como Archanes, Dafnes e Peza, onde os vinhedos estão protegidos dos ventos quentes da África por uma barreira montanhosa. Das cepas particulares (Kotsifali, Mandilaria, Liatiko e Vilana) saem também brancos frutados e tintos encorpados. A tradição vinícola em Creta tem mais de 5.000 anos. A poderosa ilha cantada por Homero tem sua ligação com o vinho colorida pela mitologia. Nikos Kazantzakis, escritor da Grécia moderna, romanceou a rotina da civilização minoana no livro No Palácio do Rei Minos (Marco Zero, 1986). As taças cheias de vinho pontuavam os momentos de êxtase religioso. Num ambiente assim a princesa Ariadne, com seu novelo-guia, ajudou o príncipe Teseu de Atenas a encontrar a saída do labirinto que o arquiteto Dédalo construiu no subsolo de Cnossos. Isso depois da luta vitoriosa contra o minotauro. Dionísio, Deus do Vinho, desposou Ariadne durante viagem de barco da Ásia à Europa, na qual se deu a propagação da vitis vinifera.

http://www.greekwinemakers.com/czone/regions/crete.shtml

http://www.culture.gr/2/21/211/21123a/e211wa03.html

DC 16/2/2007

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