segunda-feira, 30 de julho de 2007

O recreio dos mosqueteiros

Porthos, Aramis, Athos e d’Artagnan acabam de se safar de mais uma encrenca. E agora estão à mesa farta, com bons vinhos , numa inevitável algazarra. Os estalajadeiros de uma França em pé de guerra com a Inglaterra não podem se queixar de tédio quando os clientes são os mosqueteiros de monsieur de Tréville, que dão a vida pelo rei Luís XIII e nutrem certa rixa pelo cardeal Richelieu e seus asseclas. Os personagens de Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, entre um duelo, uma amante e uma Milady, sempre se animam com garrafas de Borgonha, Bordeaux, Champagne e de revigorantes da Espanha. Athos é o perito: A vida é um rosário de miseriazinhas que o filósofo desfia dando risada. Sêde filósofos como eu, senhores, assentai-vos à mesa e bebamos; nada faz parecer o futuro mais cor-de-rosa do que olhar para ele através de um copo de Chambertain. (Capítulo XLVIII). A bebida mais sensível da trama, entretanto, é o vin d’Anjou, proeza do Vale do Loire. Dumas escalou o d’Anjou para título do seu capítulo XLII. Num encontro dos quatro amigos, guisados ainda quentes, d’Artagnan oferece desse vinho recém-chegado de Villeroi, que pensava ter sido enviado a ele pelos mosqueteiros. Que nada! O "delicioso" vin d'Anjou que Athos tanto prefere ("quando não há Champagne nem Chambertain"), na verdade era um presente de grego, que descobriu-se estar envenenado. Todos salvos pelo conselheiro Athos: "Não se bebem vinhos de procedência desconhecida".

http://www.lvo.com/GASTRONOMIE/VINS/VIGN/ANJO1F.HTML

http://www.anjou-tourisme.com/upload/doc/IeA_uk.pdf

DC 9/3/2007

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