segunda-feira, 30 de julho de 2007

Domadores de Tannat

Vitivinicultores uruguaios estão empenhados em domar a Tannat, pródiga em taninos, uva responsável por mais de 50% dos vinhos de qualidade produzidos no Uruguai. As sementes dessa cepa francesa, hoje redescoberta na sua terra de origem, Madiran (Sudoeste da França), e é predominante em solo uruguaio, têm o dobro de taninos comumente contados numa variedade tinta. Por isso, o equilíbrio dos vinhos de Tannat tem de ser encontrado no laço. Na história dos habitantes da Banda Oriental há sempre espaço para o gaúcho, tipo que a partir do século 18 passou a ocupar suas pradarias. O "hombre-jinete" entendia de domar cavalos, derrubar e carnear uma rês como ninguém. Agora o uruguaio trata de amansar a Tannat, que chegou ao país em 1870, na bagagem do imigrante basco Don Pascual Harriague. Não basta, contudo, conseguir o balanço dos taninos apelando à enogastronomia, que aponta de cara a carne vermelha assada na brasa (o atento crítico Jorge Lucki recomenda a combinação Tannat/Feijoada, lembrando que, em Madiran, o vinho "escolta" o clássico Cassoulet). Na França e no Uruguai há os corajosos 100% Tannat. Mas o envelhecimento em barrica, prolongado em garrafa, não tem aplacado a fúria dos taninos; a extração dos mesmos durante a vinificação é difícil... Os incansáveis produtores têm investido na pesquisa à procura de uma parceira ideal para a uva. No blending dos franceses, a presença da Carbernet Sauvignon. No Uruguai, à Tannat tem se acrescentado Merlot e Folle Noire.

http://www.loscerrosdesanjuan.com.uy/cerros.htm

http://www.rau.edu.uy/uruguay/culktura/gaucho.htm

DC 15/9/2006

Nenhum comentário: