quinta-feira, 26 de julho de 2007

Julgamento de Paris

Paris, 24 de maio de 1976. Num dos salões do Hotel Intercontinental, nove juízes, escolhidos entre a nata da comunidade francesa do vinho, iniciam uma degustação às cegas. Em julgamento, famosos exemplares franceses (Bordeaux, Borgonha) e algumas garrafas muito menos conhecidas de produtores californianos. George M. Taber, único jornalista "infiltrado" na degustação, não perde um detalhe. Quando as provas começam, percebe os juízes indecisos, com dificuldades em identificar os vinhos. Só esse titubear já era uma vitória americana. Mas as surpresas não pararam aí. Taber, que acaba de lançar o livro Judgment of Paris (Scribner Book Company), acrescenta saborosos detalhes ao furo revelado na revista Time daquele 1976. Um dos jurados, proprietário do badalado restaurante Grand Véfor, enche sua taça com um Freemark Abbey Chardonnay 1972, faz pose com o copo para apreciar o bouquet, e declara: "Ah!, de volta à França!" Ulalá! A casa acabava de cair. Ele continuava na Califórnia, no Vale Napa. A grande tragédia, para os franceses, veio com os resultados finais: o Chardonnay Château Montelena 1973, com assinatura do enólogo Mike Grgich, foi o melhor entre seus pares. E o Cabernet Sauvignon Stag's Leap Wine Cellars venceu nada menos do que um Château Mouton Rothschild. O Chardonnay Montelena é obra do imigrante croata Mike Grgich, que hoje está à frente da própria vinícola, a Grgich Hills Cellar, na Califórnia. O veredicto de Paris abriu as portas para os vinhos do Novo Mundo, segundo avaliação do temido Robert Parker.

http://www.grgich.com/html/news_taberarticle.html

http://www.grgich.com/html/winery.html

DC 6/1/2006

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