terça-feira, 31 de julho de 2007

Paradoxo chinês

A China nem tem uma palavra específica para designar o vinho (chiew é usada tanto para bebidas destiladas como para fermentados, ensina o consultor canadense Hrayr Berberoglu), mas a progressão do hábito do vinho no país impressiona: o consumo crescerá 65,52% entre 2001 e 2010, seis vezes e meia o aumento global, segundo a Vinexpo 2006. O casal do projeto Vinos Sin Fronteras, que faz um périplo por 80 vinhedos em todo mundo (veja site), viu de perto as dificuldades dos produtores locais. Atropelados pela sempre presente necessidade de quantidade, contam-se nos dedos os vinicultores de olho na qualidade. A regra é misturar ao vinho mostos importados de segunda categoria e até água. Há ainda a questão cultural. "Beber Merlot com Coca-Cola pode revoltar um apreciador de vinhos do Ocidente, mas para um chinês doçura e teor alcoólico significam mais do que qualquer requinte de frutas", diz Berberoglu. Exceções existem e a bodega Dragon Seal, em Beijing, tem produzido vinhos autênticos com Syrah e Merlot. Os chineses começaram a descobrir o vinho nos moldes ocidentais nos anos 1980, sem deixar de lado o amor à cerveja e ao whisky. Já consomem 700 milhões de litros de vinho ao ano. No final do séc. XIX, um cônsul austríaco ajudou no cultivo da Welschriesling. Franceses apareceram com Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay. Multinacionais também chegaram a se instalar no país, mas hoje é o governo que trata de estimular a produção. A China já aparece entre os top 10 no ranking de produtores, com 1,6 milhão de litros por ano (A França é a maior produtora, com 4,6 milhões).

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http://www.vinossinfronteras.org/espagnol/diario.html

DC 1/6/2007

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