segunda-feira, 30 de julho de 2007

A letra V de Dumas

Vinho é um verbete bem encorpado no Grande Dicionário de Culinária, de Alexandre Dumas, que acaba de ser lançado pela editora Jorge Zahar. Dumas (1802-1870), um dos mais famosos escritores franceses do século XIX, justificou seu interesse: o vinho é a "parte intelectual da refeição". Autor de Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, Dumas (o gourmand gordinho na caricatura de H. Mailly) fez de seu dicionário gastronômico um livro tão reconhecido quanto A Fisiologia do Gosto, de Brillat-Savarin. Decidiu-se pela obra depois de desilusões com o mundo literário. Colecionou informações em viagens pela Itália, Espanha e África. Copiou receitas de clássicos franceses e de menus de restaurantes. Em pequenos goles, pílulas de almanaque, o romancista narra a história cantada por poetas e escritores. Os vinhos de Bordeaux, escreve Dumas, demoraram mais de 80 anos para serem incorporados ao gosto da corte. Richelieu fazia de tudo para convencer Luís XV sobre as qualidades da bebida, mas Sua Majestade julgava um Château-Laffite apenas "passável". Dumas inclui no verbete uma interessante lista de vinhos em voga à época, emprestada de Ludovic Maurial (L'art de boire, connaître et acheter le vin et toutes les boissons, 1865). Antes disso, na letra A, há imperdíveis curiosidades sobre a ancestral arte das adegas.

http://www.online-literature.com/dumas/

http://gallica.bnf.fr/Catalogue/noticesInd/FRBNF30911895.htm

DC 5/1/2007

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