segunda-feira, 30 de julho de 2007

Os sextarii dos romanos

Há décadas Hollywood mostra os antigos romanos como grandes beberrões, taças de vinho transbordando, em animados banquetes. O cinema não erra. A prodigalidade do convivium (inspirado, mas diferente do symposium dos gregos) é descrita em muitos textos literários e narrativas históricas. Uma única fonte, entretanto, trata da medida estatística dessa beberronia. Os primeiros cálculos sobre o consumo de vinho entre os antigos romanos foram feitos pelo estudioso André Terchia, em 1986. Partiram de um achado arqueológico: uma inscrição de 153 d.C. em uma ruína na Via Ápia, que mostrava a sede dos cidadãos em sextarii. A primeira conta chegou a números superlativos: um consumo per capita de 182 litros/ano. "É muito vinho pelos padrões modernos", escreve o professor Stuart Fleming, em Vinum - The history of Roman Wine (Piccari Press/2001). Hoje, cada italiano bebe em média 70 litros/ano. Itália, França e Estados Unidos lideram o consumo mundial. As contas iniciais em sextarii foram revistas por Fleming a partir de novas estimativas da estrutura populacional de uma Roma de 700 mil habitantes. Cada romano consumiria então 87 litros/ano. "Quem, depois do vinho, bateria na tecla dos infortúnios de campanha ou da pobreza?" (Horácio, Odes). Para alguns historiadores, a alta ingestão de vinho estaria relacionada à impureza da água, em tempo de precárias condições sanitárias.

http://www.winebiz.com.au/statistics/world.asp.

http://www.http://www.oiv.int/

DC 25/8/2006

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