segunda-feira, 30 de julho de 2007

Bye-Bye, Bordeaux *

Para apreciadores de um bom vinho, tão devastadores quanto furacões e mares engolindo cidades são os estudos que mostram a ameaça real do aquecimento global para os vinhedos. Cientistas apostam no aumento médio das temperaturas globais entre 2 a 6° C, num futuro de 50 a 100 anos. Mas já há sinais de como o mapa vinícola poderá ser redesenhado. No início do mês, Vasco D’Avillez, presidente da VinoPortugal, associação que promove os vinhos portugueses, fez uma previsão dramática. Disse que, em 50 anos, a produção do Alentejo estará condenada. Citou o verão abrasador de 2006, que queimou boa parte da uva Trincadeira. Como D’Avillez, várias vozes têm se levantado para discutir os efeitos do "novo clima". Em março, cientistas e produtores reuniram-se em Barcelona naquele que foi o Primeiro Encontro Mundial sobre Aquecimento Global e Vinho, organizado pela Academia do Vinho da Espanha. Em 3 ou 4 décadas, indicam estudos, regiões de Bordeaux, da Mancha e do Sul de Portugal terão o perfil de seus vinhos alterados para pior. A tragédia anunciada de temperaturas mais altas indica que tintos perderão cor, ficarão mais alcoólicos e "pesados". A revista Discover de outubro trouxe reportagem (The Grapes of Warmth) que mostra as ameaças do superaquecimento não só aos vinhedos franceses como aos americanos, principalmente do Napa Valley, na Califórnia. Enquanto nessas regiões a temperatura máxima diurna mantém-se estável, a mínima noturna só cresce, provocando o amadurecimento mais rápido dos frutos e um desequilíbrio nos níveis de acidez e açúcar. É da Discover a linha pessimista que dá um bye-bye a Bordeaux. Do lado otimista, registra uma espécie de "renascimento" da indústria vinícola inglesa.

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DC 22/12/2006

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