quinta-feira, 10 de maio de 2012

Rancheiros na Casa Branca

Washington, Jefferson e Franklin, os pais mais famosos da nação americana, foram também responsáveis por certa revolução na cozinha dos Estados Unidos. Todos esses presidentes ligados ao campo eram grandes defensores da sua agricultura e já pensavam em plantios sustentáveis. Como bons "foodies", gostavam de comer e escreviam receitas próprias. Mas, graças à vivência internacional, passaram também a valorizar a importação de alimentos (azeite italiano, mostarda francesa, passas de Smirna, mortadela de Bolonha...) e a apreciação de vinhos (franceses, italianos, portugueses...). Essa invasão de ingredientes e artifícios da arte do bem viver e sua incorporação à cultura americana é contada em detalhes por Dave DeWitt em The Founding Foodies (Sourcebooks/2010). Washington escreveu sobre a importância do milho, tinha uma receita particular de cerveja; Franklin passou a apoiar a cruzada de Parmentier pela batata; Jefferson deixou para a posteridade até mesmo uma receita de sorvete. O amor de Jefferson pelos vinhos foi atestado não só pela recheada adega (não podiam faltar Bordeaux, Borgonhas e Madeira), mas pela tentativa de cultivar seus próprios vinhedos no retiro em Monticello. Jefferson aprendeu a apreciar os bons vinhos na sua temporada como ministro plenipotenciário na França e nas visitas de estudo e prazer por vinhedos na Europa. Sobre os vinhos de Jefferson a literatura é farta, pois ele era um verdadeiro maníaco da escrituração da Casa Branca e suas anotações foram esmiuçadas pelos historiadores. DeWitt fala também dos vinhos de George Washington. No jantar de despedida do presidente, em 14 de setembro de 1787, 55 "gentlemen" sentaram-se à mesa na City Tavern para um jantar regado com 54 garrafas de Madeira, 60 de claret, 22 de porter (cerveja preta), 8 de cidra, 12 de cerveja e 7 grandes "baldes" de punch. Depois, Washington partiu para o rancho em Mount Vermont, onde passou a cultivar frutas. DC de 11/05/2012

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