segunda-feira, 20 de abril de 2009

"Vermelhos" na casa de Marx

O economista Victor Ginsburgh ainda não abriu as duas garrafas de vinho que levou de Trier, cidade ao longo do rio Mosel, na Alemanha, para Bruxelas, na Bélgica. As garrafas de pinot noir foram compradas na lojinha de lembranças da Karl Marx Haus, uma das atrações de Trier, cidade natal do economista e filósofo Karl Marx, a mesmaTrier que séculos antes fora residência do imperador Constantino. O ideólogo comunista ilustra o rótulo dos Spätburgunder produzidos na Maximin Grünhäuser com uvas de vinhedos muito próximos aos de Mertesdorf, cultivados pelos pais de Marx. Quem conta a história é Karl Storchmann no blog da Associação Americana dos Economistas do Vinho (AAWE - American Association of Wine Economists). A conferência anual da entidade, em 2007, foi realizada justamente em Trier. Ano em que a casa de Marx registrou 42 mil visitas: 12 mil chineses e 100 economistas da AAWE. Storchmann relata que Marx, em 1835, aos 17 anos, dividia seu tempo entre os bancos da Universidade de Bonn e das tavernas. Apreciador de um bom vinho, chegou a ser presidente do Trier Tavern Club. Mais tarde, foi estudar Filosofia em Berlim, onde doutorou-se em 1841. E o vinho ganhou outro peso em sua vida. Foi a pobreza dos viticultores do Mosel que o levou à Economia e, depois, ao Comunismo, explica Storchmann. A região de Mosel tornou-se província da Prússia em 1815. Era de onde saía quase a totalidade da bebida para o império. Áureos tempos. Até que, com a queda de impostos, o vinho alemão passou a inundar o mercado prussiano levando o Mosel ao desespero.

http://wine-econ.org/2008/08/05/karl-marx-another-wine-economist.aspx

DC/out/2008

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