segunda-feira, 20 de abril de 2009

A nobre retsina do Peloponeso

Há um movimento entre vinicultores gregos para melhorar a imagem da retsina, o vinho aromatizado com resina, uma receita de mais de 2.500 anos. A garota-propaganda mais famosa da causa é a grega Corinne Metzelopoulos, nada menos do que a dona do Château Margaux. Quando provocada por jornalistas sempre diz que adora a bebida. Na Antiguidade, a resina da terebentina, do pinheiro Aleppo e até mesmo a mirra bíblica eram misturadas ao mosto como conservante. Seu poder antibactericida era reconhecido. Mas o gosto da retsina, ele mesmo, passou a agradar e virou tradição. Quem visita a Grécia em tempo de paz (não agora, quando há guerra nas ruas contra o governo), vai encontrar numa taverna um senhor de boné preto, passando o tempo com seu tombolói (espécie de terço), tendo à frente uma jarra gelada de retsina. Nas últimas décadas, a queda de qualidade da bebida (uvas baratas, aromatização artificial, armazenamento em descuidadas barricas) andou afastando jovens gregos influenciados por certa assepsia cosmopolita. A volta por cima se deve à retsina Ritinitis Nobilis, feita com selecionadas uvas roditis (não a savvatiano associada à velha retsina), plantadas pela vinícola Gaia nas colinas de Aegialia, ao norte do Peloponeso. O segredo parece estar na dose precisa de resina adicionada ao vinho. O Peloponeso foi citado por Homero como Ampeloessa, ou seja, lugar "cheio de vinhas". Garrafas de retsina de qualidade também são produzidas pela casa Kechri, na Thessalônica.

http://www.wisegeek.com/what-is-retsina.htm

http://gogreece.about.com/cs/fooddrink/a/retsina.htm

DC/dez./2008

Nenhum comentário: