sexta-feira, 13 de maio de 2011

Última ceia, com os desejos dos chefs

Para sua derradeira refeição, o chef Fergus Henderson, do St. John de Londres, filósofo da escola "Do Focinho ao Rabo", defensor ferrenho da carne de porco, gostaria mesmo é de um ouriço do mar banhado em vinho moscatel. Na taça, um excelente tinto da Borgonha. E queijo de cabra, entre uma e outra colherada de sorvete cremoso de chocolate. Para arrematar, café forte e Vieille Prune, esse néctar de ameixas. Desejos como esses de Henderson são a base do livro da premiada fotógrafa Melanie Dunea,My Last Supper , editado em 2007. A obra lista depoimentos sobre uma hipotética última ceia de 50 chefs que realizam sonhos gastronômicos de comensais em todo mundo. O segundo livro de Melanie, My Last Supper: The NextCourse, já está no prelo e deve ser lançado em setembro de 2011, navegando no sucesso que essas listas sempre fazem. Paul Kahn, do Blackbird, Avec, de Chicago, se concentraria diante de um suculento leitãozinho assado, com macarrão feito em casa pulverizado com trufas, tudo acompanhado de um Jean-Louis Chave, Cuvée Cathelin, 1990 (tinto do Rhône). Mais uma salada de escarola temperada com limão, queijo, grappa e chocolate suíço. Mario Batali, que comanda restaurantes em Nova York (o Babbo é o de maior destaque), Los Angeles e Las Vegas, faz da sua lista um verdadeiro banquete, com dez pratos de frutos do mar, pasta e vegetais. A começar com anchovas e aliches marinados servidos com uma pequena bruschetta, harmonizados de maneira mais que específica com o vinho Furore da lavra de Marisa Cuomo, de Ischia. Batali destaca também o Scialatielle ai Gamberetti, com a exclusivíssima pasta encontrada somente na cidade de Amalfi. Para essa hora, há de estar reservadas várias garrafas de Fiano di Avellino, branco da Campânia. De sobremesa, Baba ao Rum, Affogato al Caffe, e um "oceano" de limoncello bem gelado.

DC de 13/5/2011

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