segunda-feira, 25 de julho de 2011

Douro Boys, Young Blood

Vitivinicultores portugueses de uma nova geração estão pela primeira vez juntos no Brasil para uma tarefa que parece ter virado prazerosa rotina: divulgar os vinhos que produzem na região do Douro. O diferencial é que eles vêm para reforçar a imagem de um terroir de paixão – esse que abrange os parreirais ao longo do Douro (muitos organizados em históricos socalcos) e às margens de seus rios tributários entre Barca D'Alva e Régua – e não necessariamente para fazer propaganda competitiva entre suas garrafas. O grupo Douro Boys é constituído por João Ferreira (Quinta do Vallado), José Teles (Quinta de Napolés, Niepoort), Tomás Roquette (Quinta do Crasto), Cristiano van Zeller (Quinta do Vale D. Maria) e Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão). Estão reunidos desde os anos 90 com o objetivo de promover o vinho de qualidade do Douro, esse que ultrapassou as fronteiras do Porto. A trajetória vitoriosa do vinho do Porto tem início quando os ingleses, às turras com a França, o elegeram como substituto à altura do Claret, em 1670. Os Douro Boys estão fazendo uma "revolução tranquila", dizem, querendo indicar que buscam a renovação desses vinhos seculares, respeitando as características da viticultura da região. Um dos tributos é feito às variedades portuguesas, loas às "top five" Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Cão e Tinta Barroca. Reverência que não os exime de investimentos em tecnologia. Os Douro Boys também são claros ao afirmar que não desprezam os estilos de cada uma das casas. A Quinta do Vallado, com vinhedos nos dois lados do rio Corgo, aparece em documentos desde 1716. Séculos depois, adapta-se ao enoturismo, com manutenção de um charmoso country hotel. Em 1818, a propriedade foi vendida para António Bernardo Ferreira e hoje os 70 hectares de vinhedos estão nas mãos da sexta geração de empreendedores da mesma família. A Quinta do Crasto é ainda mais antiga, de 1615, com vinhedos localizados na margem direita do Douro, a meio caminho entre Régua e Pinhão. A propriedade recebeu investimentos para sua modernização que possibilitou o salto do tradicional Porto à vinificação de reconhecidos tintos, em blend de Tinta Roriz e Touriga Franca. Esse espírito de entusiasmo com os vinhos de sua terra é o mesmo que norteou jovens de Rutherglen, na Austrália, reunidos no grupo The Young Bloods, (este sim nome verdadeiro de uma banda de rock). Trabalham para promover seus vinhos e para atrair uma nova geração de apreciadores da bebida. Objetivo perseguido, na França, por jovens herdeiros de châteaux, que se juntaram para outra revolução sob o sugestivo nome de Bordeaux Oxigène.

www.douroboys.com
www.newbordeaux.com/documents/bordeaux_oxygene.html
www.rutherglenvic.com/whatsnew_more.asp?whatsnewID=34

DC de 22/07/2011

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