segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"Arcana alquimia" dos rótulos

Os designers especializados têm elevado os rótulos dos vinhos à condição de obras de arte. É claro que um rótulo deve, sobretudo, conter as informações básicas sobre o conteúdo da garrafa. Mas, com o crescimento e variedade da oferta, tem também o papel de se destacar nas prateleiras. Alguns comparam os rótulos às capas de livros, portas de entrada para uma experiência estética e de prazer. O inglês Peter F. May, "embaixador" da uva Pinotage e colecionador incansável de rótulos (é autor de Marilyn Merlot and the Naked Grape/Quirk Books/2006), acredita que os vinicultores devem apostar mais na graça e na alegria intrínsecas de seu produto e espelhá-las já nos rótulos – qualidades que enriquecem o rito da degustação e em nada atrapalham a avaliação enológica da bebida. A jovem escritora Tanya Scholes lançou no mês passado um livro ilustrado com rótulos inovadores de cerca de 250 vinícolas, que ampliam nossa visão sobre o tema. The Art and Design of Contemporary Wine Labels (Santa Monica Press/2010) conta a história dos rótulos desde seu início utilitário até o papel estético de hoje, numa sociedade mergulhada em visualidades. "Confrontados por milhares de opções, o passeio por um empório pode se tornar uma verdadeira Odisseia", escreveu o designer Jeffrey Caldway, fundador do Icon Design Group e coautor do referencial Icon: Art of Wine Label(Wine Appreciation Guild/2006), para elogiar a importância do trabalho da coleção comentada de Tanya: ela acende uma luz sobre a arcana alquimia dos rótulos.


DC de 13/11/2010

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