sexta-feira, 17 de julho de 2009

A nova rainha alemã

A elegante Pinot Noir, a uva de excelência da Borgonha, ali cultivada com paciência há mais de dois milênios, também ganha o estrelato a partir de terras alemãs. Navegou na grande onda que nos últimos 25 anos fez com que as uvas tintas ganhassem terreno em todo aquele país. Essas variedades já somam mais de 37 mil hectares plantados, sendo 11.820 ha somente de Pinot Noir, a sonora Spätburgunder. Em 1980, somente 11,4% dos vinhedos alemães eram reservados à Pinot Noir. Hoje a Spätburgunder toma conta de 37,1% das plantações. As uvas Riesling continuam em cena, de maneira magnânima, matéria-prima de esplêndidos e refrescantes vinhos que estão nas boas mesas de todo mundo, sempre comentados com rigor e propriedade pelo vizinho Sergio de Paula Santos, da coluna Adega. As autoridades do Germany Wine Institute comemoram o crescente interesse internacional por vinhos da Spätburgunder, plantada principalmente no sul da Alemanha, bem perto da Alsacia, e quase na mesma latitude da Borgonha. Na região vitivinícola de Baden encontram-se plantados 5.585 hectares, cerca da metade do total da variedade. E é ali que Pinot faz sua silenciosa revolução. Hoje a Alemanha já é o terceiro maior país produtor de Pinot Noir, só perdendo mesmo para a França e para os Estados Unidos (leia-se Califórnia). Numa entrevista à mais recente edição da revista inglesa The World of Fine Wine, o jovem vinicultor Konrad Salwey diz que tem feito um vinho muito sensual a partir da Pinot Noir que cultiva na pequena propriedade em Oberrotweil, área de Kaisersthul, na região de Baden (no mapa acima, os braços azuis). Com vinhedos em 20 hectares, a vinícola, fundada pelo pai Benno Salwey em 1950, trabalha basicamente com as cepas Pinot Noir (40%) e Pinot Gris (35%), mas também com a Pinot Blanc, Riesling, Silvaner, Chardonnay e Auxerrois. No raio-x que faz do fenômeno, Joel B. Payn, da The World of Fine Wine, lista alguns dos mais importantes viticultores da cepa: além de Konrad Salwey, Reinold Schneider Bernhard e Huber (Baden), Fritz Becker, Werner Knipser, Hansjörg Rebholz (Pfalz), Paul Fürst (Francônia), Rainer Schnaitmann (Württemberg). Na listade produtores da Pinot Noir devem ser incluídos Werner Näkel, Wolfgang Hehle, Gerd Stodden eMarc Adeneuer (Vale do Ahr), bem como August Kesseler (Rheingau).


http://www.salwey.de/

http://www.weingut-huber.com/home


Diário do Comércio de 17/7/2009

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