sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Reencontro com os verdes

Carlos, maître do restaurante Arábia, um dos étnicos mais estrelados do Brasil, estava emocionado na quinta-feira da semana passada, numa degustação de vinhos verdes, comandada pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes de Portugal (CVRVV), em São Paulo. "Foi um reencontro sentimental com os vinhos verdes", resumiu, depois de provar o refrescante e mineral Casa de Santa Eulália 2006, das uvas Azal e Arinto, produzido na região de Cabeceiras de Basto. Carlos trabalhou vários anos no Rio, quando o vinho verde reinava sozinho na cena enogastronômica local, também como marca de uma identidade que a colônia de portugueses, principalmente os da região do Minho, fazia questão de preservar. O maître Carlos estava ali, numa viagem no tempo, quando Carlos Cabral, consultor de vinhos do Grupo Pão de Açúcar, apontou uma das razões do ostracismo do vinho verde, a partir dos anos 70. Cabral, que acaba de lançar Presença do Vinho no Brasil - um pouco de história (Editora de Cultura) e acompanha de perto a trajetória do vinho no País, explicou que o ministro Delfim Netto equiparou os impostos de importação dos vinhos verdes, menos alcoólicos, com os de gradações mais altas e isso encareceu o produto. A taxação coincidiu com a entrada de vinhos alemães de baixa qualidade. E hoje há a grande força de marketing dos Lambruscos. Por isso, a palavra de ordem é resgatar os verdes, agora modernos, com acidez mais equilibrada. A António Cordeiro, enólogo da CVRVV, cabe a missão de divulgar os vários estilos de vinho verde hoje produzidos em Portugal, com destaque para os varietais das cepas Loureiro e Alvarinho.

http://www.vinhoverde.pt/

http://www.casasantaeulalia.com/

DC 16/11/2007

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