domingo, 26 de agosto de 2012

Vigno do Maule

Um grupo de abnegados vitivinicultores chilenos da região do Maule foi à luta para colocar seus vinhos da uva Carignan no mercado mundial. Para isso, criaram a Vigno (Vignadores de Carignan), que cuida da preservação e da qualidade de uma cepa intrinsecamente ligada à gente da terra e que garante sua promoção internacional. Reunidos em Nova York em junho, selecionados críticos e sommeliers degustaram algumas dezenas de rótulos. A avaliação geral é a de que a maioria desses produtores de vinhos varietais de Carignan está no caminho certo, produzindo bebidas de muito boa qualidade. Foram ouvidos elogios à equilibrada acidez e críticas ao excesso de madeira em algumas garrafas. A história da uva Carignan no Maule começa para valer em 1939, após o devastador terremoto no Chile, tremor que afetou principalmente a região de Chillán (uma área que hoje combina cenários agrícolas e pastoris com estações de esqui de muito charme). Depois da tragédia, que arrasou as plantações, viticultores locais, a conselho dos órgãos de agricultura, trataram de plantar a Carignan como tentativa de reerguer a viticultura da região. Tanto a Carignan que aportou no Chile no século XIX (era elegante ter cepas francesas em seu mapa) como a uva que "renasceu" após o terremoto nunca tinham aparecido nos rótulos chilenos como estrela. Isso acontece agora, 70 anos depois, com a Vigno. Doze viticultores (Bravado Wines, De Martino, Garage Wine Co., Gillmorwe, Lomas de Cauquenes, Meli, Miguel Torres, Morandé, Odjfel, Undurraga, Valdivieso e Viña Roja) participam do projeto, que tem regras e delimitações bem definidas. Os vinhos da Vigno precisam ter 65% de Carignan, de videiras de mais de 30 anos, uvas colhidas na sua totalidade da área "secano", sem irrigação, mesmo aqueles 35% que comporão o blend. Os vinhos precisam ainda ter dois anos de guarda em barricas novas antes da sua comercialização. www.vignadoresdecarignan.com/ DC de 24/08/2012

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