sexta-feira, 8 de maio de 2009

O que diz o Monte Testaccio

O Testaccio, erguido em um dos distritos (rioni) de Roma, nas imediações do rio Tibre, é um monte todo feito de pedaços de ânforas – 40 milhões delas, segundo cálculos dos arqueólogos. A chamada "colina envergonhada" foi usada durante séculos como área de descarte pelos antigos romanos, em época áurea. Escravos e mulas tiveram de penar transportando cacos da cerâmica destinada ao lixo. A grande maioria das ânforas que formam o Testaccio era utilizada no efervescente comércio de azeite. Mas há as usadas para o vinho, outro produto importante da dieta romana. O Testaccio é registro imponente da sede de consumo de uma cidade poderosa, onde há cerca de dois mil anos contava-se um milhão de habitantes. Para abastecer a "metrópole" superpovoada era necessário importar grãos, azeite, vinho. Considerando-se que essas ânforas tinham capacidade para 50 litros (11 galões imperiais), e provavelmente foram usadas mais de uma vez, falar em 40 milhões de unidades é tratar de superlativo fluxo de mercadorias entre as várias possessões do Império. Muitos dos fragmentos já retirados nas escavações no Testaccio têm inscrição de origem muito precisa: a Baetica, região da então romana Hispania, hoje a espanhola Andaluzia, terra de 200 milhões de oliveiras e bons azeites. Os ricos romanos também gostavam de vinhos de outras praças, da Campânia, por exemplo, onde a videira em terra vulcânica é cultivada desde o século XIII a.C.. As primeiras escavações no Testaccio foram feitas em 1872. Por meio delas, os estudiosos descobriram também que o monte foi usado, na Idade Média, como local para adegas. É que o "frescor" presente em nichos com paredes de cerâmica era ideal para a preservação dos vinhos. Hoje o Testaccio ferve é com bares da moda, onde vinhos e azeites vivos estão no cardápio.

http://www.testaccio.roma.it/

http://ceipac.gh.ub.es/MOSTRA/e_expo.htm

DC de 8/Maio/2009

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