sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A ciência das borbulhas

Físico e fotógrafo, Gérad Liger-Belair é autor de um livro sobre... o Champagne. Uncorked, The Science of Champagne, editado pela Universidade de Princeton, traz seus estudos sobre as borbulhas que aumentam o prazer de quem degusta essa bebida de charme, assim vinificada desde 1668. Este o ano no qual o beneditino Dom Pérignon, da Abadia de Hautvillers, no Vale do Marne, a 150 quilômetros de Paris, começou a lutar contra e a favor das bolhas do champagne até conseguir um método eficiente de vinificação. Quando estudante de Física em Paris, Gérad já tinha atração pela área da dinâmica dos fluidos. Ele conta que, na época em que terminava a graduação, não conseguia tirar os olhos da caneca de cerveja e da dança de suas bolhas douradas. Logo comprou macrolentes e passou a fotografar o comportamento de bebidas gasosas. Ao final, vislumbrou um futuro para sua carreira: resolveu postar as imagens para o Departamento de Pesquisa da Moët & Chandon, com uma proposta irrecusável de pesquisa: toda casa de Champagne teria de conhecer a fundo, cientificamente, os processos físico-químicos dessas borbulhas que têm peso (ou leveza) fundamental na imaginação de quem saboreia esse tipo de vinho. Foi convidado a Epernay, a capital dos vinhos da Champagne, e logo mudou-se de Paris para o Laboratório de Ecologia da Universidade de Reims, onde escreveu sua dissertação de mestrado, base desse seu livro. Nele, Gérard conta como as bolhas enfileiradas na taça chegam ao ápice em seguidas explosões de gotículas invisíveis a olho nu. O autor é hoje professor associado de Ciências Físicas da Universidade de Reims, na região vinícola de Champagne. DC de 14/9/2012

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