quinta-feira, 7 de junho de 2012

La Mozza de Batali

Rabo de cavalo, bermudão, crocs laranja nos pés, o chef Mario Batali monta na sua vespa para cumprir uma agenda movimentada em Nova York, muitas vezes longe da cozinha. De avião, percorre todo o globo, seja como estrela de eventos gastronômicos ou para conferir o forno da pizzaria em Los Angeles, verificar a cozinha da nova casa em Singapura ou o manejo dos belos vinhedos de Maremma, onde fica La Mozza, sua vinícola italiana. Esse americano de Seattle, com passagem rápida pela Cordon Bleu, não vê incompatibilidade alguma em ser um grande cozinheiro (é um “tomatólogo” de respeito capaz também de criar odes ao Prosecco e à Itália dos ancestrais) e um bem-sucedido homem de negócios, em dobradinha com Joe Bastianich. O premiado Babbo Ristorante e Enoteca, em Greenwich Village, e o Del Posto são os carros-chefes de uma lista de 15 restaurantes por eles operados em todo os EUA. Batali ainda arranja tempo para escrever bons livros de culinária (Molto Italiano: 327 Simple Italian Recipes/Ecco/2005) é um deles, sobre comida italiana caseira). Espírito de celebridade, gosta muito dos flashes e de uma TV. Tem gente que não perde um só programa Iron Chef America (Food Network), que tem Batali como um dos astros. Assim, não se sabe qual dos títulos o deixou mais contente: o de homem do ano da revista GQ ou de “outstanding chef” 2005 do James Beard Awards, respeitável instituição de assuntos gastronômicos do seu país. Sintonizado às novas tecnologias, REM e U2 direto no seu ipod, Batali ajudou a criar e a desenvolver o aplicativo para iPhone, iPad, iPod touch e Android com a chamada Mario Batali Cooks! E faz bons vinhos!, acrescentaria. A vinícola La Mozza foi criada em 2000, empreendimento com Joe e Lidia Bastianich. São 36 hectares no cantinho sudoeste de Maremma, 45 minutos de carro de Montalcino, na Toscana. Batali explica o terroir que exploram com afinco. Maremma é uma área mais seca do que as colinas no centro da região. Ali as chuvas são esparsas já que a Ilha de Elba (a de Napoleão) funciona como anteparo. Em Maremma, a vinicultura é pois levada com uvas de clima quente. Nas garrafas de I Perezzi, o blend é feito com a local Morellino di Scansano (o nome local da Sangiovese em Maremma), Syrah, Alicante e uma pitada de Colorino e Ciliegiolo. Já no vinho Aragone, a Sangiovese também é misturada à Syrah e Alicante, mas entra na composição a Carignan para a criação do que Batali chama de "supermeds" (em contraste com os famosos supertoscanos). DC de 8/6/2012

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