quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Chilenos de raiz

Enquanto a terrível Phylloxera destruiu vinhedos em toda Europa nos anos 1860, as parreiras do Chile mantiveram-se saudáveis e produtivas. O ataque às raízes da vitis vinifera começou na França, avançou pela Europa e "escapou" também para a África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Esses países deram a volta por cima plantando suas mudas em raízes americanas. Estas raízes são resistentes ao minúsculo inseto nativo da América e a técnica não cria híbridos nem interferem na qualidade original das uvas. Um dos livros mais interessantes e recomendados sobre os solavancos da viticultura nesses anos da Phylloxera é The Botanist and the Vintner – How Wine was Safe for the World, do jornalista Christy Campbell (Alonquin Books os Chapel Hill/2005). Essa qualidade dos parreirais chilenos – a de conservar raízes intactas pré-Phylloxera de pelo menos 100 anos antes da praga – é bandeira evidente nos rótulos e material publicitário da vinícola Root 1, que colhe suas frutas nos vales do Colchágua e Casablanca. A Root 1 também aposta em médotos de produção sustentável e pratica série de replantios na região. O enólogo Felipe Tosso faz um Cabernet Sauvignon concentrado que é a marca dos vinhos do Colchágua. Do mesmo vale sai o seu Carmenère, "a uva perdida de Bordeaux" redescoberta no Chile em 1994. A Pinot Noir nasce em Casablanca, beneficiando-se do intenso sol e das tardes frias da região de Tapihue.

www.root1wine.com

DC de 2/09/2011

Nenhum comentário: