A unificação italiana passou por uma das mesas do restaurante Il Cambio, de Turim, e foi regada a Sizzano, vinho 40% Nebbiolo, uma das uvas mais nobres cultivadas nas colinas da região do Piemonte. Num dos cantos do restaurante, invariavelmente na mesa com vista para o Palazzo Carignano, sede do parlamento, sentava-se o conde Camillo Benso de Cavour (1810-1861). Primeiro-ministro piemontês à época do rei Vittorio Emanuele II, ativista central do Risorgimento italiano, Cavour estendia seus almoços horas a fio e monitorava o movimento de “visitantes” do parlamento pela janela. Quando sua presença no palácio era requerida, um lenço branco era acenado a partir do balcão. “Era a sucursal do parlamento”, descreve o jornalista Paolo Massobrio, da revista Meridiani. Il Cambio é até hoje um restaurante luxuoso e mítico, com espelhos, cristais e garçons impecáveis capazes de emprestar com elegância um paletó adequado para um visitante desavisado sobre a história e a pompa do lugar. São três ambientes: duas saletas, com 20 e 30 lugares, e o salão Cavour, para até 80 comensais. Por seus veludos passaram muitos políticos célebres como Garibaldi e Mazzini, também artífices da unificação da Itália. A carta de vinhos da casa privilegia os rótulos do Piemonte e mantém tanto o Sizzano quanto vinhos das colinas de Langhe e do Roero, também preparados com Nebbiolo. No cardápio, o prato rotineiro do estadista: a “Finanziera”, de preferência com galinha d’angola. Cavour não dispensava aspargos frescos, regados com gemas de ovos cruas, nem o pernil e os filettini de vitelo com bagna caoda.
http://it.wikipedia.org/wiki/Sizzano_(vino)
http://www.nndb.com/people/514/000092238/
DC 1/12/2006
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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