MárioTelles Jr., diretor técnico-executivo da Associação Brasileira de Sommeliers – SP expõe em suas aulas uma classificação bem-humorada dos apreciadores de vinho. Os pacientes ingleses são "necrófilos". Preferem os vinhos envelhecidos, que demandam boa guarda e são capazes de surpreender com as riquezas da maturação. Já os franceses são "infanticidas", ávidos por uma taça de vinho jovem, "cheirando à terra", ainda efervescente, mal saído dos tonéis de fermentação. Os franceses exportam esse conceito com o lançamento do Beaujolais Nouveau. As garrafas com o vinho da uva Gamay (plantada em cerca de 16 mil hectares, área a Oeste de Saône, pouco acima de Lyon) ganham logística para chegar ao mesmo tempo em mais de 150 países, sempre na terceira quinta-feira de cada novembro. Aos críticos que torcem o nariz para o marketing globalizado, Gerald Asher (The Pleasure of Wine) mostra que a festa é histórica e espontânea. Antes mesmo dos rigores da appellation, o rústico e frutado Beaujolais Primeur, ainda na década de 1930, era recebido com fanfarra em bares e bistrôs franceses. A qualidade desse vinho tem muito a ver com o capricho do vitivinicultor e com o decisivo terroir. A torcida dos "infanticidas" brasileiros é para que o fiasco de 2005 não se repita. Caixas de Beaujolais Nouveau ficaram retidas nos aeroportos por causa de uma greve de fiscais da Receita e não puderam ser aprecidadas ritualmente naquele fim de semana sagrado.
http://www.beaujolaisnouveautime.com/
http://www.beaujolais.com/
DC 10/11/2006
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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