Aspersão de água benta do santuário de Lourdes sobre os vinhedos, procissões entre as vinhas, poderosas injeções de veneno no solo, cordões de plantas malcheirosas para afastar a praga, pulverização com cinzas de Pompéia, retirada de raízes com geringonças medievais, fogueiras... Os vitivinicultores franceses se valeram de todas as "soluções" (ou as elocubraram) para salvar seus vinhedos a partir da segunda metade do século XIX, quando viram suas plantas, inicialmente no Médoc e Borgonha e depois no país inteiro, literalmente mirrar. Foram décadas de luta, depois do alerta: os vilões eram microscópicos pulgões amarelos, de hábitos misteriosos, "especializados" em atacar as raízes das videiras. Os botânicos penaram para encontrar respostas na mesma velocidade com que os bichinhos passaram a maltratar o orgulho francês e rapidamente vinhedos de toda a Europa. A batalha dos cientistas contra a Phylloxera Vastatrix é mostrada de um ângulo inédito em The Botanist and the Vitner – How wine was saved for the world (Algonquin Books of Chapel Hill, 2005), do jornalista inglês Christy Campbell. Uma pesquisa nos jornais de época traz à cena vozes exaltadas, heterodoxas e até mesmo ponderadas dos protagonistas dessa história, com destaque para o grito dos cientistas. O botânico Jules Planchon, que hoje tem até estátua em Montpellier, era da turma que entendeu que a Phylloxera viajou "a bordo" de mudas americanas, de Nova York para a França, endereçada a um comerciante de vinhos que as plantou. E tentou mostrar como a vinha que trouxe o inimigo poderia salvar os vinhedos europeus.
http://berrygrape.oregonstate.edu/fruitgrowing/grapes/phybiol.htm
http://www.arlindo-correia.com/060904.html
DC 30/6/2006
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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